Projecto visa tornar o Caminho de Santiago mais acessível e inclusivo
Todos os anos, milhares de peregrinos percorrem o Caminho de Santiago com o objetivo de alcançar a Catedral de Santiago de Compostela. Apesar da sua popularidade crescente, este percurso apresenta ainda desafios significativos para pessoas com algum tipo de deficiência.
Para responder a estas dificuldades, nasceu o projeto InCASA – Inclusive Camino de Santiago: An accessible journey for all é coordenado pela Universidade de Burgos, em Espanha e conta com a participação de diversas instituições de países como Portugal, Espanha, Polónia, Eslovénia e Roménia. A Atlântica – Instituto Universitário representa Portugal nesta colaboração. Com duração de dois anos, esta iniciativa tem como objetivo principal tornar o Caminho acessível a todos os peregrinos, independentemente das suas limitações.
O projeto, ainda na sua fase inicial, propõe-se a alcançar três metas específicas. Em primeiro lugar, será criada uma aplicação que disponibiliza informações detalhadas sobre o percurso, ajudando peregrinos com necessidades especiais a planear as suas jornadas. Em segundo lugar, será desenvolvida uma plataforma de formação com recursos gratuitos para cuidadores, técnicos de juventude e profissionais de associações que organizam peregrinações com pessoas com deficiência. Por fim, o projeto culminará com a realização de uma peregrinação por jovens com limitações físicas, que permitirá testar a aplicação e avaliar os resultados das iniciativas desenvolvidas.
Dados recolhidos recentemente em focus groups realizados em Portugal, Espanha, Polónia, Eslovénia e Roménia revelaram as principais dificuldades enfrentadas pelos peregrinos com deficiência. Entre estas, destacam-se a falta de condições para utilizadores de cadeiras de rodas, a necessidade de integrar assistentes pessoais para apoio diário e os desafios ambientais e arquitetónicos ao longo do percurso. Estes obstáculos foram categorizados em barreiras ambientais, arquitetónicas, ecológicas e legais, sublinhando a urgência de melhorar a acessibilidade do Caminho.
O InCASA surge, assim, como uma resposta concreta a estas necessidades, promovendo não só a inclusão, mas também a possibilidade de mais peregrinos viverem a experiência transformadora que o Caminho de Santiago representa.
FONTE: Publituris