Madrid inaugura albergue para peregrinos no Mosteiro das Comendadoras
A cidade de Madrid conta agora com o seu primeiro albergue estável dedicado a acolher peregrinos do Caminho de Santiago. Instalado no histórico Real Mosteiro das Comendadoras de Santiago, no bairro de Conde Duque, o espaço dispõe de 26 camas e integra também o novo Centro Internacional do Peregrino.
Este projecto resulta de uma parceria entre a Associação do Caminho de Santiago de Astorga, a Rede Internacional de Associações Jacobeias e a própria comunidade das Comendadoras de Santiago, com financiamento assegurado pelos fundos europeus Next Generation EU, no âmbito do programa Experiencias Turismo España.
O novo albergue tem como objectivo apoiar os peregrinos que iniciam a sua rota em Madrid, sobretudo os que chegam de outros países e entram em Espanha pela capital. A Câmara Municipal destaca que este equipamento procura valorizar o chamado Caminho de Madrid, percurso menos frequentado que atravessa a Serra de Guadarrama até se unir ao Caminho Francês em Sahagún.
Para pernoitar no albergue é necessário apresentar a credencial do peregrino, garantindo assim que o espaço é reservado a quem efectivamente se encontra em peregrinação. O alojamento, de tipologia simples e partilhada, pretende manter o espírito tradicional da hospitalidade jacobeia.
O Centro Internacional do Peregrino, localizado no mesmo complexo, disponibiliza apoio logístico, informações históricas sobre os vários caminhos e até acompanhamento espiritual, reforçando a missão de acolhimento integral. Segundo os promotores, a ideia é transformar Madrid numa verdadeira “porta de entrada” para Santiago.
O Real Mosteiro das Comendadoras, fundado no século XVII e sede da congregação desde 1650, vê assim recuperada a sua ligação ao universo jacobeu, num gesto que combina património, fé e turismo sustentável. Ao longo da história, este mosteiro acolheu inúmeras mulheres provenientes de famílias nobres, muitas delas ligadas a peregrinos ou integradas em práticas de devoção associadas ao Caminho de Santiago. A sua reactivação enquanto espaço de acolhimento reforça o papel que teve — e volta a ter — como ponto de apoio espiritual e logístico no percurso rumo a Santiago.