Caminho de Leon de Rosmithal terá sinalética ainda este ano
A instalação de sinalização e informação padronizada ao longo do Caminho Leon de Rosmithal deverá acontecer este ano, garantindo a este percurso as mesmas condições dos restantes itinerários jacobeus reconhecidos. O tema foi abordado numa reunião da equipa técnica responsável pelo caminho, conduzido pelos técnicos da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, o arqueólogo Orlando Fernandes e o coordenador técnico da Cultura, Francisco Machado.
Actualmente, este trajecto não dispõe de sinalética física, sendo necessário recorrer a mapas GPS e informações digitais para o percorrer. Apesar disso, no ano passado, cerca de 80 peregrinos aventuraram-se entre Trás-os-Montes e o Minho, seguindo, em parte, um antigo percurso medieval que ligava estas regiões. Neste momento, há 45 pessoas a percorrer o caminho e um novo grupo de 60 está prestes a iniciar a jornada. Acredita-se que este trajecto foi amplamente utilizado pelas populações do Minho e de Trás-os-Montes na Idade Média, incluindo a comitiva de Leon de Rosmithal.
O trabalho de recuperação e promoção do percurso tem sido impulsionado pela Câmara da Póvoa de Lanhoso. A apresentação oficial do caminho e a formalização de protocolos entre os 12 municípios envolvidos decorreram em Março do ano passado. Os concelhos que integram este projecto são Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Vila Flor, Murça, Alijó, Braga, Cabeceiras de Basto, Ribeira de Pena, Vila Pouca de Aguiar, Mirandela, Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta.
Leon de Rosmithal (1425–1486) foi um nobre da Boémia Central (actual República Checa), pertencente à influente família Lev de Rozmitál. Militar e cavaleiro de destaque, possuía castelos em Blatná e Rozmitál. Entre 1465 e 1467, viajou pela Europa numa missão política e religiosa ordenada pelo rei Jorge de Podiebrad. A expedição, composta por 40 homens da sua confiança e 52 cavalos, atravessou o rio Douro de barca e chegou a Freixo de Espada à Cinta no início de 1466.
A jornada prosseguiu por Torre de Moncorvo, Alebra (Abreiro) e Villa Panca (Vila Pouca de Aguiar), atravessando o rio Tâmega por uma ponte de pedra. Depois de passarem por Barcodevonde (Arco de Baúlhe) e Lanhoso (Póvoa de Lanhoso), chegaram a Braga, onde termina este percurso. A comitiva checa seguiu então viagem rumo a Santiago, passando por Ponte de Lima, Valença do Minho e Tui, seguindo o que hoje é conhecido como o Caminho Central Português.
Fonte: PressMinho